Nesta quinta-feira (2), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), suspendeu, de maneira cautelar, a autorização de importação e de uso em estudos da substância proxalutamida no Brasil. O medicamento estava sendo testado em pesquisa contra a Covid-19.
A Anvisa também decidiu abrir um processo administrativo “para apuração de possíveis infrações sanitárias” sobre os documentos ou informações apresentados pelos importadores para que a agência autorizasse a importação irregular. Há indícios de que os documentos possam ter sido fraudados.
O medicamento é uma droga experimental estudada inicialmente para aplicação em pacientes com alguns tipos de câncer, como o de próstata. Segundo a Anvisa, o medicamento não possui registro e não é usado para nenhum tratamento no Brasil.
A proxalutamida é uma substância que bloqueia a ação de hormônios masculinos. Ela tem sido defendida pelo presidente Jair Bolsonaro contra a Covid-19, assim como fez anteriormente com a cloroquina e a ivermectina, remédios sem eficácia contra o coronavírus. Desenvolvida na China, a droga está sendo testada no tratamento de tumores e não é acessível em farmácias.
A Anvisa ainda informou que oficiará a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) para ter acesso às pesquisas aprovadas da proxalutamida, o status dos testes, a dosagem estipulada em cada um deles e as instituições que foram autorizadas a receberem os ensaios.
“A decisão foi motivada a partir de diligências provenientes da Procuradoria da República no Rio Grande do Sul e diante da veiculação de notícias de condução de pesquisas com o uso de proxalutamida em seres humanos, as quais dão conta que unidades hospitalares e clínicas estariam usando o produto à base de proxalutamida à revelia dos estudos científicos aprovados pelo sistema CEP/Conep”, diz nota da agência.
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