O Banco Central (BC), informou nesta sexta-feira (30), que as contas do setor público consolidado, formado por União, estados e municípios, registraram déficit primário de R$ 65,5 bilhões no mês de junho. Com piora em relação ao mês anterior devido ao aumento de despesas com precatórios e antecipação do 13º salário dos aposentados.
O déficit significa que, no período, as despesas superaram a arrecadação com impostos do setor público consolidado. O cálculo não considera os juros da dívida pública, por isso é chamado de resultado primário. Houve aumento do déficit em relação a maio, quando foi registrado resultado negativo de R$ 15,541 bilhões.
O chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, explicou que o déficit do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) passou de R$ 27,416 bilhões em maio para R$ 55,141 bilhões em junho, devido à antecipação a aposentados e pensionistas. Além do aumento de R$ 16 bilhões na comparação mensal de gastos do governo federal com despesas judiciais e precatórios.
“Esses dois fatores exclusivamente explicam 87% dessa piora no resultado do déficit primário no setor público na passagem de maio para junho. São dois fatores pontuais que explicam a mudança e a trajetória fiscal do país segue a mesma”, disse, durante coletiva virtual para apresentar os dados.
Mesmo assim, o resultado de junho deste ano representa uma melhora na comparação com o mesmo mês do ano passado, quando foi registrado um déficit fiscal de R$ 188,7 bilhões, resultado influenciado diretamente pela primeira onda da Covid-19. “Naquele mês tivemos déficit primário recorde em termos mensais. E esses impactos são menores agora”, explicou Fernando Rocha.
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