Os venezuelanos estão se preparando para eleger nesse domingo (9) representantes para as assembleias municipais. O grande imbróglio é que a participação da oposição foi praticamente removida do pleto. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão que organiza as eleições venezuelanas, justificou que os partidos da oposição deveriam revalidar seus registros e coletar novas assinaturas dos seus filiados.
Contudo, os partidos Primeiro Justiça, Ação Democrática, Um Novo Tempo e Vontade Popular se recusaram a obedecer ao CNE, considerando uma ação ilegítima. O conselho também é considerado submisso ao presidente, Nicolás Maduro, do Partido Socialismo Unido da Venezuela (PSUV). Os quatro partidos formam a chamada Mesa da Unidade Democrática (MUD), que representa a base oposicionista venezuelana.
A um mês do início do seu próximo mandato (2019-2025), cujo pleito foi rechaçado pela comunidade internacional, Maduro comete mais um deslize anti-democrático ao anular a possibilidade de eleger a oposição, mostrando claramente a sede do governo pelo poder, saciada através da supressão da voz popular no governo.
Luis Salamanca, cientista político, afirmou à Agence France-Presse que o voto venezuelano está descreditado, e que são eleições virtualmente clandestinas. O diretor da pesquisa Delphos, Félix Seijas, aposta em um nível histórico de abstenção nas urnas por desconfiança popular, e também por que estas eleições “não chamam muita atenção”.
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