De acordo com dados divulgados hoje (13), pela Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), a taxa de doadores de órgãos efetivos caiu 13% no primeiro trimestre de 2021. A queda é motivada devido ao aumento de 44% na taxa de contraindicação, em parte pelo risco de transmissão de covid-19 ou pela dificuldade de realizar o teste por PCR para a detecção da doença ou de obter um resultado rápido.
“O que acontece no Brasil ocorre em praticamente todos os países que tiveram a pandemia mais violenta, assim como foi para nós. A covid-19 impactou o número de transplantes, doadores e transplantados que tiveram risco maior de morrer pela doença. Até o ano passado, de cada três potenciais doadores, um se tornava doador. Neste ano, de cada quatro potenciais, só um efetivou. Ou porque o doador testava positivo para covid-19, ou porque não se tinha rapidez no resultado do teste para levar à cirurgia. A covid-19 atrapalhou a efetivação da doação”, explicou o membro do Conselho Consultivo da associação e editor-chefe do Registro Brasileiro de Transplantes (RBT), Valter Duro Garcia.
Segundo Garcia, a queda do número de transplantes também pode ser atribuída à queda no número de leitos disponíveis para esses pacientes, já que em decorrência do aumento dos casos de covid e a necessidade de mais leitos para internações tanto nas enfermarias quanto nas unidades de terapia intensiva (UTI). “Os leitos que seriam de transplantados foram transformados em leitos covid. Com a queda nas internações, tenho a segurança de que o segundo semestre será melhor do que o primeiro”, disse.
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