Na quarta-feira (15), o secretário de Administração Penitenciária do Distrito Federal, Geraldo Luiz Nugoli foi exonerado. A medida foi publicada no Diário Oficial do DF logo após a operação Maré Alta, do Ministério Público do DF e da Polícia Civil, que apura suposto superfaturamento em contrato de aluguel da pasta.
Nugoli foi nomeado para o cargo em maio deste ano. No lugar dele, assume o delegado Wenderson Souza e Teles, que era responsável pela Delegacia de Repressão à Corrupção (DRCOR), do Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Decor) da Polícia Civil.
De acordo com as investigações da Polícia Civil e do Ministério Público, Nugoli e o ex-chefe da Seape, Agnaldo Curado, teriam agido sob comando do deputado Reginaldo Sardinha (Avante) para fraudar locação de prédios para instalação da sede da pasta, e favorecer o ex-vice governador Paulo Octávio.
Ao todo, 25 mandados de busca e apreensão foram cumpridos, um deles no gabinete e na casa de Sardinha, que é agente de custódia concursado. Servidores também são investigados.
A operação apurou que, desde 2014, a Seape funcionava em um prédio da empresa Infrasolo, alugado no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), com valor de cerca de R$ 70 mil por mês. Entretanto, em 20 de janeiro de 2021, a pasta instaurou procedimento de chamamento público para mudar de sede.
Os investigadores afirmam que o procedimento foi aberto apenas para “chancelar a locação do prédio” que pertence a Paulo Octávio, medida que “já estava ajustada nos bastidores”. Além disso, segundo a operação, há evidências de que o metro quadrado oferecido pelo empresário foi superfaturado, “o que potencializou ainda mais os prejuízos aos cofres do Distrito Federal”.
A suspeita é que a empresa falsificou informações sobre a metragem da sede da Seape, no Setor Bancário Sul. Um prédio de 2.434,20 m² foi alugado como se tivesse 5.132,80 m², mudando o valor do aluguel de R$ 55,63 para R$ 92,43 por metro quadrado de área útil, segundo a investigação.
Os policiais afirmam ainda que o deputado Reginaldo Sardinha tomou decisões relacionadas à pasta do GDF, já que teria sido responsável pela indicação do ex-secretário Agnaldo Curado e do atual chefe da pasta, Geraldo Nugoli.
A operação foi batizada de Maré Alta em referência ao sobrenome do parlamentar, Sardinha. A ação é conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e pela Procuradoria-Geral de Justiça, do MPDFT.
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